quarta-feira, 17 de junho de 2009

Um dia muito especial (Aldara)

No dia 12 de Janeiro de 2006, pelas 12 horas da tarde, estava no meu quarto quando comecei a ter umas dores fortes, umas atrás das outras. Sofria bastante.
Esperei que o meu marido chegasse do trabalho, mas um bocado antes de ele chegar, o meu primo passou no corredor e viu-me toda encolhida no chão a chorar. Parecia-me que ia morrer com tanta dor! Ele entrou e foi buscar ajuda.
Eu não sabia o que fazer, era o primeiro filho. Nesse momento, chegou o meu marido e levou-me para o hospital de São Sebastião. Entrei, fui vista pelos médicos e eles disseram que tinha de ter o bebé rapidamente.
Entrei na sala de parto onde me ligaram, puseram a soro e deram-me uma epidural. O meu marido queria entrar para assistir, mas eu não deixei, pois além de estar cheia de medo, tinha vergonha.
Foi-se embora e eu fiquei sozinha com as médicas. Quando me tiraram o bebé e o puseram em cima de mim, ele não se mexeu. Eu achei estranho e comecei logo a chorar porque ele também tinha os pés roxos. Levaram-no e só passado um quarto de hora é que ouvi o bebé chorar. Fiquei toda alegre pois já estava muito preocupada.
Depois trouxeram-no às cinco horas da tarde para lhe dar de mamar. Deitaram-no ao meu lado. Tinha os olhos abertos e estava um pouco constipado.
As médicas ensinaram-me a dar de mamar, a dar-lhe banho e a tratar dele.
Este foi um dia muito especial para mim por ser o do nascimento do meu primeiro filho, o que é, sem dúvida, algo irrepetível.

Um dia inesquecível (Joaquina)

O dia que nunca irei esquecer foi o do meu regresso à escola, no dia 18 de Fevereiro de 2008. Quando entrei na EB 2,3 Domingos Capela, por volta das dezanove horas, ia com muitas esperanças: recordar os velhos tempos da minha juventude e aprender o máximo para ajudar os meus filhos ao longo da vida.
Ao entrar na escola, tive uma sensação diferente, que nunca tinha sentido. Foi como se os anos tivessem voltado para trás, pois quando me sentei no banco à beira do PBX, vi uma colega de infância. De início não a reconheci, mas depois de um pouco de diálogo, como ela se lembrava de tudo, percebi quem ela era.
Passados alguns minutos, entrámos para a sala de aula. Foi como se estivesse a entrar pela primeira vez na escola e sentar-me na cadeira à frente com a outra colega foi inesquecível.
Então comecei a ouvir a professora a dizer em que consistia o curso: não era preciso comprar livros, o número de aulas que íamos ter a cada disciplina. E eu, muito admirada e revoltada, perguntava como era possível estudar sem ter livros e foi quando me disseram que se estudava com fotocópias.
Durante o intervalo, eu e a minha colega estivemos as duas a falar outra vez. Ela recordava-se dos pormenores todos: colegas de turma, professores, as nossas brincadeiras… parecia que estava a viver aqueles momentos naquela hora.
Foi o início de uma nova etapa da minha vida porque foi viver momentos históricos que já tinha esquecido há muito tempo e entrar outra vez para a escola é como se estivesse voltado à minha juventude.